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sábado, 26 de outubro de 2013

A mortalidade e seus determinantes e a evolução do perfil epidemiológico da mortalidade no Brasil

O perfil de morbimortalidade pode ser considerado um indicador relativamente sensível das condições de vida e do modelo de desenvolvimento de uma população, Além disso, fatores ambientais e socioculturais devem ser considerados, não sendo possível, portanto, separar o nível de mortalidade de sua estrutura e de sua relação com fatores históricos, socioeconômicos, demográficos e ambientais.
O declínio do coeficiente de mortalidade geral não é o único aspecto notável no Brasil, o aumento da expectativa de vida da população e a modificação do seu perfil epidemiológico foram observados.
Tomando com exemplo a Inglaterra, no século XVIII, o principal fator responsável pelo declínio da taxa de mortalidade foi a redução das doenças infecciosas, graças a melhores níveis de nutrição alcançados com a Revolução Agrícola e com melhorias estritamente ambientais (McKeown & Brown, 1956). Já no século XIX, três quartos da redução da taxa de mortalidade deveram-se à menor prevalência da tuberculose, como consequência da melhoria das condições de vida trazida pela Revolução Industrial. O resto deveu-se à introdução de medidas de saúde pública.
No entanto, nos países desenvolvidos, neste século XX, três quartos da redução da taxa de mortalidade deveram-se ao controle das doenças infecciosas, graças à melhoria dos serviços de saneamento e de vigilância sanitária.
Entretanto no continente africano aconteceu o inverso, particularmente a partir do século XIX. A modificação das culturas tradicionais e da estrutura produtiva por parte do colonizador reduziu a oferta de alimentos localmente e ainda, modificou a forma de ocupação do espaço territorial e da relação humana com o meio ambiente.
Na América Latina, o impacto do desenvolvimento econômico no declínio da mortalidade foi importante no início do século devido às medidas de saúde pública e técnicas de medicina preventiva que foram então responsáveis por este declínio. Durante o século XX, concluiu-se que, no estágio inicial da transição, o declínio da mortalidade se dá, principalmente, através de medidas de saúde.
Estas interpretações relacionam-se com o desenvolvimento econômico ou com intervenções de saúde o que as deixa um pouco incompletas já que a determinação do perfil epidemiológico da mortalidade deve ser considerada como o resultado de um processo dinâmico, tendo um peso diferenciado, de acordo com o local.
No Brasil, a taxa geral de mortalidade decresceu de 18/1000, em 1940, para uma taxa estimada entre 6/1000 e 8/1000 em 1985; a expectativa de vida cresceu 20 anos no mesmo período, e a mortalidade infantil decresceu de 160/1000, em 1940, para 85/1000, em 1980. No entanto esses dados se referem a doenças infecciosas. Já nas questões cardiovasculares, neoplasias e condições externas teve-se um aumento, a primeira de 12% para 33% e o restante de 3% para 12%. Com isso, percebe-se que o Brasil se encontraria, portanto, em pleno estágio intermediário de transição epidemiológica.
De maneira geral, pode se perceber segundo os autores que apesar da evolução do perfil de mortalidade, estar obedecendo ao esperado na teoria da transição epidemiológica, a desigualdade processual desta evolução pode ser observado, por exemplo, as regiões brasileiras menos desenvolvidas, apresentam-se mais elevada para as doenças infecciosas e parasitárias consideradas causas de morte em situações de subdesenvolvimento, pobreza e privação, e mais baixas para as doenças do aparelho circulatório e para as neoplasias.
É de se esperar que este mesmo contraste seja observado entre áreas de desenvolvimento diferenciado intra-regionais e entre subgrupos populacionais submetidos a condições de vida também diferenciadas nestas regiões. Conclui-se assim nas visões dos autores que no Brasil a transição epidemiológica para um novo perfil de mortalidade ocorre com a simultânea persistência, embora quantitativamente diferenciada, de ambos os perfis.
Esta superposição de padrões fica ainda mais evidente quando se considera também o perfil de morbidade. As chamadas endemias rurais, quando se urbanizam, incidem e prevalecem desigualmente, atingindo preferencialmente as populações mais pobres. Assim, as doenças infecciosas podem, portanto, voltar a assumir proporção importante entre as causas de morte. Particularmente onde as desigualdades sociais forem relevantes, uma vez que as doenças infecciosas apresentam maior prevalência nas regiões de precária infraestrutura e entre as populações mais pobres.
Além disso, estudos feitos em países desenvolvidos, onde a transição epidemiológica se completou há mais tempo, mostraram que mesmo as doenças cardiovasculares, as neoplasias e as causas externas apresentam incidência e prevalência desiguais entre regiões e grupos populacionais. Como exemplo disso, pode-se pegar novamente a Inglaterra como referência onde, as mortes por causas externas que envolvem adultos jovens, foram, segundo Blaxter (1983), sete vezes mais prevalentes entre jovens das classes sociais mais baixas, enquanto as doenças cardiovasculares se mostraram mais frequentes entre os operários.
No Brasil, similarmente, Costa (1981) mostrou que a hipertensão arterial tem alta determinação social onde através de estudos, percebeu-se que a proporção de trabalhadores de baixa renda em uma população está relacionada com a prevalência da hipertensão arterial. Já nos países desenvolvidos, vêm-se demonstrando o declínio da prevalência dos grupos de causas pós-transição epidemiológica.
Desta forma, estas doenças não seriam a consequência inevitável do processo de envelhecimento da população e, portanto, doenças crônico-degenerativas irredutíveis. Seriam preveníveis por serem o resultado de modificações, não apenas no estilo de vida, mas também da relação do ser humano com o ambiente onde vive e do qual faz parte.
Assim sendo, as mudanças no modelo de desenvolvimento, no estilo de vida e no comportamento assumem importância para a Saúde Pública, estando os pobres, como vimos em desvantagem em relação aos ricos, quanto ao risco concomitante do perfil de morbimortalidade do atraso e da modernidade. No Brasil, a particularidade da observada transição epidemiológica traz para consideração, importantes componentes socioeconômicos, culturais, demográficos e ambientais. Argumenta que as doenças cardiovasculares e as neoplasias estariam também relacionadas com fatores ambientais e socioculturais, não devendo ser consideradas doenças crônico-degenerativas, mas sim preveníveis.


CONCLUSÃO PESSOAL.

O que se analisa com a leitura desse artigo é que em todo lugar no mundo aconteceu ou está acontecendo um período de transição epidemiológica e, onde antes se tinha mortalidade por um determinado fator, agora se têm por outro fator, ou seja, se passa a se controlar fatores endêmicos que prolongam a vida do ser humano temos uma maior incidência de pessoas vivendo mais tempo e, com o passar dos anos teremos uma redução dos problemas endêmicos, mas um aumento nos problemas relacionados à velhice (problemas cardiovasculares, hipertensos, diabéticos entre outros) que se de certa forma se agravam na velhice em muitos casos.
Assim sendo sempre há algo que se apresenta como estatística a tal determinante, sempre aponta para as classes sociais menos favorecidas isso por que nelas está associado à má alimentação, pouco saneamento básico, além é claro de estes viverem em maior nível de perigo violência e estarem desinformados quanto aos assuntos de prevenção as doenças que se somam aos números e refletem nas estatísticas. Esse fator se justifica pelo fato das pessoas mais pobres estarem também mais exposta a perigos e a situações que comprometam sua saúde e integridade física.
Com base nisso fica clara a ideia do autor no ano de 1992 quando escreveu o artigo, em apontar o Brasil como estar ainda em um fator de transição justamente por ter ainda uma grande diversificação na mortalidade ao logo do seu território. Mesmo as estatísticas alegando uma queda nos números ainda não concluímos essa fase de transição o que leva a crer que muito ainda tem a se fazer.


REFERÊNCIAS


PRATA, Pedro Reginaldo. A transição epidemiológica no Brasil. Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, 8 (2): 168-175, abr/jun, 1992.

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